domingo, 30 de dezembro de 2012

Os que gostei mais

E então mostro-vos o meu top 6! Porque top 3 era pouco, porque não dava para ser só 3!

Ora aqui está:


Se tivesse terminado o livro que estou a ler de momento, talvez o top não fosse este, especialmente o segundo lugar, mas são suposições. 

E vocês? Quais foram os vossos favoritos?

Bom Ano!!!

Go out in the early days of winter, after the first cold snap of the season. Find a pool of water with a sheet of ice across the top, still fresh and new and clear as glass. Near the shore the ice will hold you. Slide out farther. Farther. Eventually you'll find the place where the surface just barely bears your weight. There you will feel what I felt. The ice splinters under your feet. Look down and you can see the white cracks darting through the ice like mad, elaborate spiderwebs. It is perfectly silent, but you can feel the sudden sharp vibrations through the bottoms of your feet.
That is what happened when Denna smiled at me. 

The Name of the Wind (O Nome do Vento), Patrick Rothfuss

Os que menos gostei

Eu não costumo ler por ler. Eu costumo ler aqueles livros que sei que há partida vou gostar, por isso é dificil construir um top com aqueles que menos gostei. 
Porém, há sempre alguns livros de que se gosta menos e então não farei um top dos piores livros nem nada disso. 
Este é um top 3 daqueles que menos gostei, por vários motivos. 


Podem ler as minhas opiniões ao carregarem nos links! =)

E de seguida! 
Os melhores do ano!

2012 em livros









Estes são os livros que li durante este ano.
Leram alguns destes? Digam o que acharam!
Estou à vossa espera.

A seguir farei um post com os que para mim foram os melhores, talvez em top 5 e os que menos gostei!

Boas Leituras e Boas Entradas!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Selo - Incentivo à leitura

Recebi este selo do Blog Páginas Soltas! Muito obrigada =)


As regras são:

1 - Indicar 10 blogs para receberem o Selo (é proibido apenas deixar para quem quiser pegar sem indicar 10 blogs);
2 - Avisar os blogs escolhidos;
3 - Colocar a imagem no blogue para apoiar a campanha;
4 - Responder à pergunta: Qual livro indicaria para alguém começar a ler?

Os blogs:

Os devaneios da Jojo

Ler y Criticar
O Labirinto dos Livros
A Magia dos Livros
Chaise Longue
Pedacinho Literário
Stuff *  O Meu Mundo
Os Livros de Lars
As Histórias de Elphaba
O tempo entre os meus livros

Resposta à pergunta:

Depende da pessoa, mas Harry Potter e a Pedra Filosofal seria a minha escolha mais imediata.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O contrato!


Bilbo: Oh, up to but not exceeding one fourteenth total profit if any. Seems fair. Present company shall not be liabe for injuries including but not limited to laceration, evisceration ...

 

 
 


Fonte: Tumblr


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Hobbit - Uma Viagem Inesperada

 
Finalmente! A primeira parte da nova trilogia sobre o mundo fantástico de Tolkien saiu. 

O Hobbit - Uma Viagem Inesperada é a primeira parte da trilogia do livro único "O Hobbit", um livro de aproximadamente 250 páginas. 

Foi com enorme expectativa que esperei todo o ano por este filme. Comparando a história do Hobbit à do Senhor dos Anéis (falando de livros), gosto um bocadinho mais da história do Senhor dos Anéis, por ter mais ação e momentos de suspense. Mas, claro, como fã de Tolkien também gosto d' O Hobbit, onde tanta coisa nos é contada. 

O que posso eu dizer do filme? 
Posso dizer que amei o filme! Superou todas as minhas expectativas, fiquei rendida. Gostei mais do filme, até agora, do que do livro. Foram as primeiras 100 páginas, mais ou menos, e foi fantástico. Se com 100 páginas, Peter Jackson fez o que fez, com as outras páginas vai fazer maravilhas ainda maiores! Sim, porque a ação vai começar a aparecer ainda mais lá para o meio e depois no final (a Batalha dos Cinco Exércitos e por aí).

Encontrei no filme algo que não esperava encontrar: a essencia do mundo de Tolkien. Talvez por o livro ser mais pequeno e ter sido adaptado para uma trilogia foi possivel fazer o que se fez, mas para mim, O Hobbit mostrou mais do mundo de Tolkien do que o O Senhor dos Anéis. Penso que tal se deva a não haver tanta pressao na demanda do Anel, ou no drama vivido pelas personagens. Em O Hobbit há lugar para mostrar mais, para mostrar mais beleza, mais história da Terra Média. Radagast, Mirkwood, Thranduil, Mória, Arkenstone, Azog, Gondolin, menções à Primeira Era! Os gigantes de pedra! Parte completamente maravilhosa.

Só tenho palavras boas a dizer deste maravilhoso filme. Estou muito contente por serem três filmes, porque num não dava para fazer nada! 


E o humor, sempre presente! 
Vão ver este filme, divirtam-se e torçam pelo Bilbo Baggins (já agora, Martin Freeman está o máximo em todos os sentidos ;D )! 

NOTA (0 a 10): 10

Anna Karenina

Fui ao cinema ver esta bonita história de Amor. 
Toda a história fala de Amor.
Amor.

Sim. 
Não li o livro, sempre ouvi dizer maravilhas sobre a história e agora fui ver este filme, com atores que eu prezo bastante. Mas não fiquei muito surpreendida, pela positiva. 

Estava à espera de algo mais comum: paisagens russas, muitas personagens, um enredo mais forte, com mais emoção. 

A ideia do palco está interessante, é uma metáfora para a vida, para o jogo de aparencias que existe e que todos tentam esconder.
Anna não escondeu e foi excluída, mal falada, ignorada. E as outras? Não trairiam também os seus nobres maridos? Mas nunca se ficou a saber, não mostraram. Anna mostrou.

No entanto, não fiquei maravilhada. Fez-me uma certa confusão, pois não era o que eu estava à espera. Gostei do filme, da história. 

Também achei o final precipitado. Ninguém disse nada, ninguém fez nada...e a batalha? 

Já tinha visto outros filmes do mesmo realizador (Orgulho e Preconceito e Expiação) e também não fiquei maravilhada. Acho que a fotografia do filme excede o enredo. De todos estes três filmes, a meu ver. E eu gosto muito de fotografia e sei que é um dos motivos para dar um filme bonito. 

Talvez eu quisesse mais ação, mais drama, mais romance... o filme em si é bonito. O guarda roupa é estrondoso! De certo vai ser nomeado para os Oscares. A banda sonora também é interessante e as cenas dos bailados estão muito bem coreografadas.

É um filme bonito, com uma bonita imagem, e com Keira num papel que lhe assenta que nem uma luva! Foi o melhor desempenho no filme... a cena dela, com o filho nos braços, no palco, está muito linda. 


Enfim, é bom. Podia ser melhor, a meu ver, mas tem uma ideia interessante que talvez pudesse ter sido aproveitada de outra forma mais subtil. E o poster é LINDO!

NOTA (0 a 10): 6

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Cloud Atlas



There is a natural order to this world. No matter what you do, it will never amount o anything more than a single drop in a limitless ocean. Haskell Moore


Baseado na obra de David Mitchell com o mesmo nome, este é um filme muito bom, inteligente e bem estruturado, que nem todas as pessoas vai gostar ou apreciar. Sim, porque nem é tanto de uma questão de gosto que se pode referir ao filme, a meu ver. A questão do apreço pela mestria do trabalho realizado é que deve ser tida em conta. 

Cloud Atlas conta a história de seis personagens que se encontram e desencontram ao longo dos tempos, formando uma rede de histórias interligadas entre si.

Logo no inicio é nos mostrada uma breve introdução a todas as personagens, no momento quase final das suas apresentações no filme.

A história começa a ser narrada por uma as personagens centrais. Zachry (Tom Hanks), introduz assim este conto, voltando para trás no tempo, até 1489. 

Nesse momento da história é nos apresentado Adam Ewing (Jim Sturgess) um jovem advogado que está a tratar de negócios para o seu sogro, nas Ilhas do Pacifico. Adam sofre de uma estranha doença, que o vai debilitando. Encontra um estranho médico, o Dr. Henry Goose (Tom Hanks), que lhe promete arranjar a cura para a sua doença. O sonho de Adam é voltar a São Francisco, para os braços da sua amada esposa Tilda (Doona Bae). Depois de travar conhecimento com um escravo, Autua (David Gyasi), Adam embarca numa viagem de regresso a casa atribulada.

A narrativa passa para 1936, Escócia e Inglaterra, e foca a vida de Robert Frobisher (Ben Whishaw), um jovem músico, deserdado pelo pai que tem um romance com Rufus Sixmith (James D'Arcy), um jovem estudante. Robert, no desejo de ser um compositor famoso, parte para a casa de Vyvyan Arys, um compositor mais velho que o acolhe como amanuensis, com o objetivo de criar a peça musical que Vyvyan tem em mente e assim alcançar a fama, podendo depois criar as suas próprias composições.

Em 1973, a história segue Luisa Rey (Halle Berry), uma conhecida jornalista, encontra-se, por mero acaso, com Rufus Sixmith, agora já mais velho e trabalhador numa central nuclear. Depois desse encontro, a sua vida muda radicalmente. Uma intriga politica que não fazia ideia cai-lhe nos ombros, guiando-a por uma perigosa aventura, onde conhece Isaac Sachs (Tom Hanks). Estados Unidos.


Em 2012, a história encontra Timothy Cavendish (Jim Broadbent), um editor de meia idade que vê a sua vida pacata mudar aquando da prisão por homicidio do seu escritor. Depois de ameaçado a pagar uma soma de dinheiro que não tem pelo gang de Dermot Hoggins (Tom Hanks), Cavendish pede ajuda ao seu irmão Denholme Cavendish (Hugh Grant), antigo presidente da central nuclear. Denholme "ajuda-o", internando numa residência para idosos. Timothy, em conjunto com outros residentes, arquiteta uma fuga, fazendo tudo para fugir da enfermeira James (Hugo Weaving). Inglaterra.

Em 2144, encontramos Sonmi-451 (Doona Bae), uma empregada de mesa de um restaurante chamado Papa Song. Sonmi vive em Nova Seul, num mundo onde governa a Unanimidade, em detrimento da Humanidade. 
Esta nova sociedade guarda um segredo horrendo... que é disfarçado por um ato de "exaltação", onde as fabricantes (pessoas tipo clone, geneticamente modificadas). Encontramos num primeiro momento Sonmi a ser entrevistada. Mais tarde vemos como ela se torna num símbolo da revolta da União, salva da crueldade por Hae-Joo Chang (Jim Sturgess), por quem se apaixona.
 

Em 2321, depois da "Queda", voltamos a encontrar Zachry, mais novo. Zachry é visitado pelo Velho Georgie (Hugo Weaving), um ser maligno que lhe atormenta a consciência. 
Zachry assiste ao assassínio do seu cunhado (Jim Sturgess) e do seu sobrinho, às mãos do chefe canibal dos Kona (Hugh Grant). Atormentado pelo Velho Georgie, que lhe diz para se esconder e salvar a pele em vez de defender a sua família, Zachry assiste a tudo. 
É rodeado pelo remorso e pela desconfiança que ele conhece Meronym (Halle Berry), uma Presciente (os que sobraram da civilização tecnológica da Terra),  que anda a tentar encontrar abrigo para o seu povo, que anda à deriva sem lar. Meronym quer chegar à Cloud Atlas, uma espécie de estação, temida pelas gentes da tribo. Depois de salvar a sobrinha de Zachry de uma dentada venosa, Zachry promete ajuda-la a entrar na Cloud Atlas. Havai.

Grande parte destes atores entram em todas as seis épocas, mostrando como as vidas se cruzam ao longo dos tempos. 

O filme tem como base a ideia que os nossos atos vão se repercutir e ecoar pela eternidade, moldando e modificando as vidas de quem os pratica e de quem nos rodeia. 

A ideia de tentar avançar na roda das vidas de modo a conseguir tornar-se melhor também é abordada, sendo essa a moral da história. É possível tornar-se bom, mesmo que no passado se tenha sido mau. 
No entanto a maior parte das personagens não o consegue, tornando-se cada vez mais cruel.

Outra ideia presenta no filme é a questão da lei natural. A lei natural é aqui posta em causa, destacando a importância dos mais fracos e debilitados, daqueles que podem ser melhores, mas que são vistos como mais fracos e por isso "inúteis" para a sociedade.


Our lives are not our own. We are bound to others. Past and present. And by each crime; and every kindness we birth our future. Sonmi-451


NOTA (0 a 10): 10

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

"Frankenweenie", do filme de Tim Burton



Um livro adaptado de um filme. De um filme de Tim Burton! não é de um realizador qualquer.
Sendo fã dos filmes de Tim Burton e do seu estilo artístico muito peculiar e elegante, decidi comprar o livro do filme "Frankenweenie".

O livro conta a história de Victor, um rapaz de 10 anos, que tem como seu melhor e único amigo, o cão Sparky. Victor é um cientista, um inventor, um solitário. Praticamente não tem amigos, nem ninguém para falar a não ser os seus pais e claro, o Sparky.
Certo dia, aparece na escola de New Holland (a pacata cidade onde Victor mora) um novo Professor de Ciências, o Sr. Rzykruski, um cientista nato. Como primeira novidade, permitiu que os alunos mais novos se inscrevessem no concurso de Ciências, onde podiam apresentar uma invenção.
Ora, Victor ficou maravilhado. O que ele não sabia era que tudo estava prestes a mudar. Durante um dos jogos de basebol da cidade, onde Victor teve de participar, dando uma bela tacada na bola de modo que esta voou do campo para fora e foi parar à estrada, Sparky foi atropelado. O rapaz ficou imensamente triste e pensou que iria ficar para sempre assim, sem animo para nada. Os pais tentaram animá-lo, mas nada conseguia por Victor mais contente.
Até ao dia em que, na aula de Ciências, o Professor Rzykruski "deu vida" a uma rã morta, através do processo de electrificação. Aquela lição deu uma ideia a Victor e o rapaz construiu um enorme dispositivo para electrificar o seu cão morto e assim fazer com que Sparky voltasse a viver.
Assim fez e Sparky voltou à vida.

Tudo parecia bem e Victor nem imaginava que algo muito estranho se iria passar.
Um dos rapazes da escola, Edgar Gore, mais conhecido por E, viu o Sparky e a curiosidade levou-o a pedir a Victor que lhe mostrasse como tinha feito tal coisa. Victor lá cedeu e E comprou um peixe morto e electrificaram-no, com um potente raio da tempestade, tal como ao Sparky.
Mas o peixe tornou-se invisível e dentuças. Victor fez E prometer que não contava nada a ninguem, mas E não cumpriu a promessa e logo foi mostrar o peixe ao Bob e ao Toshiaki. Estes dois ficaram cheios de inveja porque pensaram que aquele era o projeto cientifico do E e começaram a pensar em várias ideias mirabolantes.
Não só estes dois rapazes ficaram a saber do acontecido como também Nassor e a Rapariga Estranha.

A ideia das crianças conseguirem imitar o projeto do Victor (que não era projeto nenhum, era apenas amor ao seu cão) leva-as à criação de um terror enorme que se abate sobre a cidade, na festa do Dia Holandês.

Será que vão conseguir por fim ao terror libertado nas ruas de New Holand?

Gostei bastante do livro, tem uma escrita simples e irónica, que assenta bem na história. Gosto das personagens, com especial destaque do Victor e do Sparky. Gosto da moral da história; sim, o livro tem uma moral. Gosto bastante do climax perto do final, apesar de achar que o final podia ter sido mais desenvolvido.
Não posso comparar o livro com o filme pois ainda não o vi, mas penso que deve estar muito parecido.
Em suma, um bom livro!

Nota (0 a 10): 7,5

sábado, 6 de outubro de 2012

"O Príncipe da Neblina", de Carlos Ruiz Zafón

Depois de um momento de indecisão face à compra deste livro ou de "Marina", do mesmo autor, optei por comprar este. Já há bastante tempo que o tinha na minha wishlist, desde que foi publicado em português, mas ainda não tinha decido apostar na sua compra. A semana passada decidi fazê-lo.

O primeiro livro que li deste autor foi "A Sombra do Vento", que é soberbo. Por isso, sei que vai ser difícil conseguir ler outro livro do autor que se possa comparar à Sombra do Vento ou até ultrapassar. É raro tal acontecer, mas não é impossível. Contudo, ainda não consegui ler outro livro de Carlos Ruiz Zafón que ultrapasse a Sombra do Vento. E este não foi excepção.

Com um enredo interessante e misterioso, Zafón leva-nos a uma visita a uma aldeia na costa atlântica sul da Inglaterra, durante os tempos da 2ª Grande Guerra.

O livro inicia-se com com um prefácio muito bonito, em que o autor escreve sobre si mesmo e sobre o amor aos livros e à leitura e depois começa a narrativa. A história passa-se no verão de 1943. Maximilian Carver, pai de três filhos, Alicia, Max e Irina (por ordem do mais velho para o mais novo), decidi mudar-se para uma aldeia distante da cidade com a sua família de modo a fugir da guerra. Maximilian, a esposa e os filhos partem para a aldeia, para uma casa na praia que tinha sido construída por um rico cirurgião e a sua esposa, mas que tinham tido a infelicidade do seu filho, Jacob, morrer afogado na praia. A casa, abandonada à mais ou menos uma década, passa assim a ser a casa da família Carver.

"Esse é um caminho que cada um de nós deve aprender a percorrer sozinho, rogando a Deus que o ajude a não se perder antes de chegar ao fim. Se fôssemos todos capazes de compreender no princípio da nossa vida isto que parece tão simples, grande parte das misérias e desgraças deste mundo não se chegaria nunca a verificar."

Assim que chegam à estação, Max sente que algo de errado se passa ali. O relógio da estação não funciona bem: os ponteiros andam para trás. E, como que à sua espera, está um gato que decide travar conhecimento com Irina, que logo quer adotar o animal.

Quando chegam a casa, e depois de a limpar e dar alguns retoques, a família sente-se bem no local. Max, ao olhar por uma das janelas, descobre um bosque e um espaço que parece ser um jardim. Decidi explorar o jardim e deparasse com um cenário macabro: um jardim de estátuas de pedra, que formam uma estrela de seis pontas e cujo elemento do centro é um palhaço. O mais arrepiante de tudo é que o palhaço se move, muito devagarinho. Max logo fica apavorado, mas outra descoberta está para se realizar. Max conhece Roland, um rapaz mais velho que está prestes a ir para a guerra. Roland e Max tornam-se amigos e o rapaz mais velho convida Max para ir mergulhar, junto do barco afundado, Orpheus.


O pai de Max, numa das limpezas, descobre uma caixa de filmes e um projetor e decide fazer uma sessão de cinema. Quando o filme começa, depressa percebem que não vão ver filme nenhum famoso: é um filme amador, filmado por alguém que está no jardim de estátuas de pedra. E as estátuas estão todas numa posição diferente da que Max tinha visto aquando da sua exploração.
"Sem demora, Roland agarrou no rosto de Alicia e, pousando os seus lábios sobre os dela, expirou na sua boca o ar que lhe restava..."

Um mistério enorme, onde nem tudo é o que parece; uma amizade forte que vai levar a um final arrepiante, e acima de tudo um amor que vai fazer com que tudo mude.

Max, Roland e Alicia tornam-se amigos, mas o que eles não sabiam é que há mistérios demasiados profundos para serem desvendados e histórias que não podem ser esquecidas.

Recomendo a todos os fãs de Carlos Ruiz Záfon e a todos os leitores em geral. Este é um excelente livro para um público mais jovem, apesar de ser indicado para todas as idades!

Nota (0 a 10): 7,5

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

"Guerra das Estrelas", de George Lucas

O primeiro livro da saga da Guerra das Estrelas que leio.
Como fã dos filmes da saga, com especial gosto nos dois primeiros da saga do Luke e do último do Anakin, decidi apostar nos livros.

Acho que é a primeira vez que leio um livro praticamente igual ao filme. Não sei o que foi feito primeiro, se o filme ou o livro, mas gostei muito da experiência.
Uma escrita agradável, de fácil acesso e com bastante acção, este livro inicia a história de Luke Skywalker e da Aliança Rebelde contra o corrupto Império.
Todas as personagens do filme estão presentes no livro, com especial destaque para os dois robots, R2 D2 e C3P0, que têm uma interação muito interessante, como é possível ver no filme, e que no livro é mantida.

Luke Skywalker, sobrinho de agricultores e habitante de um planeta desértico chamado Tatooine, depois do seu tio comprar os dois robots, vê-se na obrigação de os limpar e tratar. O seu sonho é ser piloto, mas a quinta precisa dele e por isso o rapaz fica todos os anos na quinta, a ver os seus amigos a irem para o curso. Aquando da limpeza dos robots, Luke descobre um holograma que é apresentado por R2 D2, um holograma de uma rapariga a pedir ajuda a alguém chamado Obi-Wan Kenobi. Luke fica intrigado e fica inquieto.
A partir daí dá-se uma quantidade de peripécias que vão alterar a vida do jovem Luke que vão culminar numa batalha épica pela sobrevivência da Aliança Rebelde, pela sua vida e pela de todos os seus amigos.

Um primeiro livro de uma trilogia que pode ser lida antes ou depois de se ver os filmes.
Muito bom! :)
E uma história boa, para quem quiser começar a ler FQ e não sabe por onde começar =)
Recomendo a todos, em especial aos fãs de Star Wars!

Nota (0 a 10): 7

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Oliver Twist", de Charles Dickens

 "Please sir, I want some more." 

Uma deliciosa surpresa que me agradou bastante!

Uma leitura um pouco demorada, devido ao tamanho das letras (tenho a versão de bolso) e também porque não deu para ler tantas páginas por dia, como fiz com outras obras. No entanto, não é a primeira vez que sinto que, pelo menos com alguns livros, quanto mais tempo levo a lê-los, mais os aprecio. Aconteceu com "Oliver Twist".
Era para ter visto o filme há alguns anos, mas não houve ocasião. No entanto fiquei sempre muito curiosa, uma vez que, pelo trailer e por tudo o que sabia (e sei) sobre Charles Dickens, tinha certeza que ia gostar muito (ambientes, época, personagens, questões sociais...). Acabei por ver o filme agora, enquanto estava a ler o livro. Não é igual, mas é uma excelente adaptação. Estou a falar da adaptação de Roman Polanski, 2005.

Falando do livro. Já figura na minha lista de favoritos. Não podia deixar de ser. A escrita do autor (o único livro que que tinha lido do autor foi em Inglês, no Secundário - "A Christmas Carol") fascinou-me: uma ironia e uma denuncia maravilhosamente bem escrita e descrita, que consegue envolver o leitor e dar a este a verdadeira forma de vida daqueles anos (1800 e vários) através de exemplos concretos, mundanos e reais, por vezes brutais e horrendos, e tão simples e "normais" para a época em que foi escrito. A narrativa de Dickens é extremamente poderosa e envolvente, irónica e comunicativa. Parece que o autor está a conversar com o leitor. É um diálogo que a sua narrativa estabelece com o leitor, que muito me agradou.

Quanto à história de Oliver Twist.
O livro começa com o nascimento de Oliver, no asilo dos pobres da localidade onde a mãe o deu à luz (onde foi encontrada na rua, doente e a morrer). Oliver foi criado até aos 9 anos pela Sra. Mann, uma velha que criava outros rapazes da paróquia. Na casa da Sra. Mann, Oliver foi criado com sovas e outros tratamentos do género, juntamente com os outros rapazes que lá moravam. Dos rapazes, conhecemos Dick, um menino mais novo do que Oliver, doente, que é um dos maiores amigos de Oliver, o seu primeiro amigo.
Depois dos seus 9 anos foi para o asilo, de onde foi "vendido" (depois de ter a ousadia de pedir mais comida, após um "concurso" entre os rapazes para saber quem iria cometer tal infâmia) ao fabricante de caixões, o Sr. Sowerberry, um homem afável, mas completamente dominado pela esposa. Oliver acaba por fugir da casa do Sr. Sowerberry e acaba por chegar a Londres, onde é abrigado pelo Sr. Dawkins, ou, o Astucioso Trapaceiro, um rapaz mais velho e profissional de gatuno. O Trapaceiro leva-o para a casa do Sr. Fagin, o judeu que criava e ensinava os rapazes a serem ladrões. Mas as aventuras de Oliver estão só a começar e ele não tem ideia do que lhe vai ser posto à frente. 

A história de Oliver não, é só por si, uma simples história de um órfão. Não. Isso era o que eu pensava. A história de Oliver é muito mais complicada e tem um "background" de informação e história que dá um cariz muito especial à obra. Todas as personagens estão interligadas. Nada fica de fora.
É enorme a mestria como tudo fica ligado e explicado no final da história. Excelente! Realmente uma boa surpresa, personagens inesquecíveis e aventuras que também o são. Uma história que tanto mostra o lado mau do Mundo, como o seu lado mais belo e maravilhoso. Lindo livro.

Recomendo a todos =) 

Nota (0 a 10): 10

domingo, 16 de setembro de 2012

Selo




Quero agradecer à autora do Blog Páginas Soltas por ter me oferecido este bonito selo :)
Muito, muito obrigada :)

Ora, as regras são:

1 - Postar o selo e dizer quem me presenteou;
2 - Dizer 7 coisas sobre mim
3 - Presentear 15 blogs com o mesmo

A primeira regra já está.
A segunda:

1. Gosto muito de ler
2. O meu género literarário favorito é o Romance Fantástico
3. Gosto muito de ver filmes que sejam adaptações de livros
4. Gosto muito de música
5. Sou fã do Harry Potter
6. Gosto muito de Artes
7. Sou fã de Star Wars

A terceira:

Os 15 blogs que vou presentar com este selo são:

http://magia-livros.blogspot.pt/
http://paginassoltas-cc.blogspot.pt/
http://boasleiturasemportugues.blogspot.pt/
http://girlinchaiselongue.blogspot.pt/
http://pedacinho-literario.blogspot.pt/
http://stuffomeumundo.blogspot.pt/
http://lerycriticar.blogspot.pt/
http://labirinto-livros.blogspot.pt/
http://devaneiosdajojo.blogspot.pt/
http://nomnomlivros.blogspot.pt/
http://livros-lars.blogspot.pt/
http://sonhareescreveer.blogspot.pt/
http://branmorrighan.blogspot.pt/
http://asleiturasdocorvo.blogspot.pt/
http://otempoentreosmeuslivros.blogspot.pt/

:)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

"O Prisioneiro do Céu", de Carlos Ruiz Zafón

Este é o novo livro de Carlos Ruiz Zafón.

Era para ter lido este depois de "A Sombra do Vento", uma vez que é cronologicamente depois dos acontecimentos narrados n "A Sombra do Vento", porém decidi ler "O Jogo do Anjo" e só depois "O Prisioneiro do Céu". Ainda bem que assim foi, porque este livro é "um livro ponte" para algo ainda melhor e porque muito nele está relacionado com os acontecimentos n' "O Jogo do Anjo". 

Em "O Prisioneiro do Céu", Daniel (em 1957) continua a ser o narrador e está a mãos com o seu casamento e com o do seu amigo Fermín, com Bernarda. 

Tudo começa quando um dia um estranho entra na livraria. O estranho compra uma rara edição de "O Conde de Montecristo" e dedica-o a Fermín, entregando-o a Daniel para este lho entregar. Daniel fica muito curiosos e decide seguir o estranho para depois contar a Fermín o que aconteceu. Assim faz e o seu amigo avisa-o de que o estranho é muito perigoso e que não deve voltar a fazer tal coisa. Mas logo Daniel compreende que tal acontecimento transtornou o seu amigo e decide perguntar o que se passa. Depois de muitas tentativas da parte de Daniel, Fermín conta-lhe tudo o que lhe vai na alma, toda a sua preocupaçao, que em parte está relacionada com o seu casamento e o seu nome. 
Mas o que Fermín tem para contar a Daniel é a verdade, a verdade da sua vida e a verdade da vida de Daniel, ou de algo que há muito estava escondido. 
Fermín conta a Daniel a sua história, a sua detenção no castelo de Montjuic e o que lá aconteceu. E como conheceu o escritor David Martín, protagonista e narrador de "O Jogo do Anjo". 

Algo interessante e estranho acontece na narrativa de Fermín e que leva a "duvidar" de boa parte da história que David conta em "O Jogo do Anjo" e que a meu ver é algo muito bem "engendrado" pelo autor. Mais mistério. Um dos pontos altos do livro.

E é através de Fermín, o estranho que "salvou" Daniel em "A Sombra do Vento", que o jovem fica a conhecer o seu passado, ou parte dele, parte de algo que ele nunca poderia adivinhar e que todos queriam esquecer. O que Daniel ficou a saber através de Fermín foi, não apenas a história do seu amigo, mas a sua própria história. E é aqui que podemos ver a ponte para um desenlace magistral que tem como protagonista principal Daniel, o rapaz curioso e armado em detetive de "A Sombra do Vento". Tal só acontecerá num próximo capítulo, mas promete ser muito bom.

É assim que o passado e o presente se entrelaçam e fundem, para escrever uma história de sombras e luzes fugidias, onde a história faz correr um mar de palavras e sentimentos, ações e pensamentos que levam a algo maior e talvez mais sinistro, a história de um rapaz que nada sabia antes de começar as suas deambulações pelo Cemitério dos Livros Esquecidos, a história que há muito parecia estar esquecida e que vai para sempre mudar a vida dele, a história que liga todas as outras, a história de Daniel Sempere. 

Aconselho vivamente a todos os leitores de "A Sombra do Vento" e/ou "O Jogo do Anjo". Este pode não ser a obra prima de Zafón, não é melhor (a meu ver) que "A Sombra do Vento" (para mim, o melhor do escritor, que li até agora), e talvez não seja tão estranho e diferente como o é "O Jogo do Anjo", mas é sem dúvida uma ponte para uma obra que pode vir a ser melhor do que "A Sombra do Vento". 

Nota (0 a 10): 8,5

terça-feira, 4 de setembro de 2012

"O Jogo do Anjo", de Carlos Ruiz Zafón

O segundo livro de Carlos Ruiz Zafón que eu leio. 
 
Decidi apostar nos livros da história iniciada em "A Sombra do Vento" porque a escrita do autor e o próprio enredo são bastante cativantes.

Em "O Jogo do Anjo", a personagem principal é David Martín, um homem jovem, jornalista e escritor. O livro começa com David a fazer uma breve introdução sobre como é que ele começou a escrever histórias e sobre como a sua vida mudou desde que o seu editor lhe deu autorização para escrever uma história para publicar no jornal.
David, sempre debaixo da asa de Pedro Vidal (um homem de Letras, com o grande objetivo de escrever um soberbo livro, muito rico e pertencente a uma nobre família de Barcelona), segue assim os passos iniciais dos escritores. David conta a sua infância e como o seu amor pelos livros começou. De uma forma muito franca conta como a sua infância terminou e o deixou à porta daquela redação de jornal onde trabalhou até quase aos vinte anos e como foi ajudado por Pedro Vidal desde pequeno.
As histórias policiais e misteriosas de David cedo começaram a fazer sucesso e os seus colegas, invejosos, deixaram de lhe falar e mostraram-se hostis para com ele. Só Pedro Vidal e o editor o continuaram a ajudar.
Mas cedo chegou a noticia do despedimento e David não sabia o que fazer. Então, Pedro Vidal contou-lhe que quem o tinha feito perder o emprego tinha sido ele mesmo para assim ajudá-lo a encontrar uma editora que lhe publicasse os livros. David começou a trabalhar com o nome de Ignatius B. Samson e escreveu uma história em fascículos, intitulada "A Cidade Maldita".

O que David não sabia era que um estranho homem, que ninguém conhecia, andava atrás dele para lhe fazer um misterioso pedido. Já desde os tempos das histórias do jornal que várias eram as cartas que o homem lhe enviava, mas daí até David ter conhecimento do desejo do homem corre muita tinta.
David é apaixonado por Cristina, a filha do motorista de Vidal. Cristina também sente afecto por David, mas ambos sabem que tudo devem a Vidal, e mais cedo ou mais tarde a cobrança e David sabe que não pode ficar com Cristina.

Tudo se passa em paralelo com a família Sampere, o avô e o pai de Daniel entram na trama e são de grande importância. O Cemitério dos Livros Esquecidos também é fulcral. E aparece Isabella, a mãe de Daniel, que tem um papel muito interessante e talvez o meu favorito.

Numa visita por uma Barcelona dos anos vinte e trinta, David persegue uma história e uma vida onde nada é o que parece e ele não sabe nada. Uma casa misteriosa onde habita um segredo muito escuro, uma história já vivida por outro homem a quem David está ligado sem imaginar, uma história de polícia e de assassínios misteriosos que não se sabe quem os comete, uma perigosa jornada pela possível loucura de um homem que vivera na casa onde David habita e pela qual sente desde pequeno uma enorme atração.

Uma história de suspense, mistério, traição, amor e paixão. Uma história que mais parece saída de um filme do que de um livro e que devia ser adaptada ao cinema.

Um desenlace misterioso onde muita coisa fica em aberto e que talvez possa ficar mais claro em "O Prisioneiro do Céu", o terceiro volume, publicado há pouco tempo em Portugal e que já vai na 3ªedição, onde Daniel Sampere o o seu amigo Fermín voltam para percorrer uma história que espero ser tão boa ou melhor do que esta, apesar de achar difícil ultrapassar a de "A Sombra do Vento", que na minha opinião é mais belo do que "O Jogo do Anjo".

Recomendo a todos os leitores que gostam de Zafón, e penso que é melhor ler primeiro "A Sombra do Vento" apesar de "O Jogo do Anjo" ser cronologicamente antes dos acontecimentos passados em "A Sombra do Vento". A escrita continua soberba e a forma como Záfon descreve o que vai acontecendo a David é espetacular, num estilo por vezes frenético, em especial na parte final.
Quanto a uma definição de género, talvez o suspense/romance. Tem muitos pontos de loucura e até alguns laivos de terror, com cenas onde não é possível definir o que é real ou não na "mente" de David ou em toda a sua história. Um estrondoso thriller romântico.

Nota (0 a 10): 9,5

terça-feira, 28 de agosto de 2012

"A Sombra do Vento", de Carlos Ruiz Zafón

Depois de muita curiosidade sobre este livro e depois de várias conversas sobre ele, decidi compra-lo e lê-lo.
Tenho a dizer, primeiro, que este é um livro muito especial, muito enigmático e muito, mas muito bom.
Não sei porque é que ainda não fizeram um filme baseado no livro, ia ficar espetacular.

"A Sombra do Vento" tem uma escrita poética e muito bonita, onde o que é dito, uma simples descrição de um ato banal, é feito de uma forma melodiosa e cheia de "sabor". A prosa é soberba, os termos e conceitos fabulosos e extremamente bem escolhidos e colocados. As frases desenham imagens, quadros, a cores. O livro é como uma grande pintura. A escrita de Carlos Ruiz Zafón assim o faz. Fabuloso!

O livro conta a história de como um livro pode ser um passo para o desconhecido, para algo tremendamente misterioso e perigoso. Daniel Sempere vive com o pai por cima da loja de livros que lhe pertence. Depois da guerra civil espanhola houve um grande surto de cólera e uma das vitimas foi a mãe de Daniel. Uma noite, quando Daniel tinha 10 anos (quase 11), o rapaz acorda a chorar por não se lembrar da cara da mãe. O pai, para o acalmar, promete-lhe mostrar algo que ele nunca viu e que é segredo. E nesse mesmo instante leva-o ao Cemitério dos Livros Esquecidos, um local misterioso que alberga todos os livros que foram esquecidos pela Humanidade. O pai diz-lhe que ele tem de escolher um livro e tornar-se seu guardião. Daniel escolhe "A Sombra do Vento", um livro que ele depressa lê e fica maravilhado. Daniel quer mais livros de Julian Carax, o escritor do livro, mas depressa fica a saber que todos os livros (poucos) que o escritor escreveu foram queimados e que alguém anda constantemente à procura de mais livros de Carax para queimar. Daniel fica intrigado e começa a perguntar-se cada vez mais sobre este misterioso escritor. Certa noite, Daniel é perseguido por um homem estranho, que tem um nome de umas das personagens do livro, que lhe propõe a compra do livro, para queimar. Daniel diz que vai à procura do livro, mas na verdade decide esconder o livro de novo do Cemitério dos Livros Esquecidos.
Daniel não desiste de saber mais sobre Carax e com ajuda do seu amigo Fermín e de outras personagens, incluindo a rapariga por quem ele se apaixona, Beatriz Aguilar, irmã do seu melhor amigo Tomás Aguilar, Daniel vai viver uma verdadeira aventura em busca da verdadeira história de Julian Carax e daqueles que viveram perto dele. O que Daniel não sabia era que se estava a meter em águas muito profundas, em assuntos meio-escondidos e em mistérios que se pretendia estarem para sempre esquecidos. Daniel entra numa aventura que pode custar-lhe muito caro.

"Distingui o horror no seu olhar, sem compreender. Vi que poisava a mão no meu peito e perguntei a mim mesmo o que era aquele líquido fumegante que brotava entre os seus dedos"

Uma história de suspense, mistério, intriga e amor. Um história extremamente bem contada e com personagens inesquecíveis, cujo final é uma reviravolta bastante ardilosa.

Tenho de agradecer à Rita Ribeiro, que me disse que os livros de Zafón são maravilhosos :)

Excelente livro, sem dúvida um dos meus favoritos! :)

Nota (0 a 10): 10

terça-feira, 21 de agosto de 2012

"O Circo dos Sonhos", de Erin Morgenstern


Este é um livro diferente. Tem um enredo diferente. Personagens diferentes. Um tema diferente.

"O Circo dos Sonhos" conta a história do circo com o mesmo nome, que chega sem avisar e só está aberto de noite. De um momento para o outro, o circo aparece num local. Durante uns dias está lá, mas desaparece sem avisar. Ninguém sabe muito sobre ele, mas todos os que o visitam ficam maravilhados e encantados.
O circo é todo ele a preto e branco, com algumas nuances de cinzento. E é enorme. Não se fazem espectáculos comuns de circo. Tudo é mágico, diferente, etéreo, delicado. Parece um sonho.
E o circo é o palco de um duelo. O duelo entre Celia e Marco, dois mágicos, treinados desde pequenos para esta competição. Mas o que eles não sabem é como tudo o que acontece no circo e nas suas vidas influencia o jogo e como ele pode terminar. As regras não lhes são explicadas, mas o jogo está sempre em movimento e ambos tem de lutar.

Assim se pode resumir, muito resumidamente, o enredo principal da história. Muitas outras personagens e acontecimentos polvilham a história e são parte muito importante. Mas para falar em todos tinha de contar muito sobre o enredo e penso que parte da magia do livro é mesmo o descobrir por si mesmo à medida que se lê. Se contasse aqui muito mais, não ia ter o mesmo saber para quem vai ler, não ia ter a mesma magia. Porque é de magia que a escrita e a história deste livro são feitas. Todo o ambiente, as descrições, os movimentos...tudo é mágico. 




Gostei muito da história. Muito criativa e muito interessante. Não sabia muito sobre ele, só sabia que era bom. E sim, posso dizer que o é.

O enredo está muito bem construído, tudo está lá, apesar de ser um pouco confuso, por vezes. A história avança e recua, sendo uns capítulos, no início, nos anos de 1800, e noutros em 1900. Não é bem isso que causa a confusão. A confusão está em tudo. As próprias personagens sentem-se confusas em relação a muitas coisas. A questão do tempo é percebida no final: quando tudo começa. Este é um dos pontos que maior prazer me deu, porque explicou a questão das datas e dos momentos aparentemente desconexos (as partes da Celia, as partes do Marco, as partes dos jantares, as partes do Bailey). Tudo se encaixa no fim. A linha do tempo vai andando lado a lado até se juntar, em 1902. Esse é um ponto muito bom, que revela a mestria da autora e a sua ousadia e diferença.

"-Eu próprio te teria escrito, se conseguisse pôr em palavras tudo o que desejo dizer-te. Um mar de tinta seria insuficiente.

- Mas, em vez disso, construíste sonhos para mim - diz Celia, erguendo os olhos para ele. - E eu fabriquei tendas para ti que mal chegas a ver. Tenho tanto de ti à minha volta e não tenho sido capaz de te dar algo em troca que possas guardar. 

- Ainda conservo o teu xaile - lembra Marco."


Em relação às minhas preferências pelas personagens,de todas, as que mais gostei foram (por ordem de preferência): Marco, Bailey, os gémeos e Celia. Mas todas as outras são importantes para o enredo. Todos são necessários e parte fundamental do mecanismo do circo (e da história).

Em suma, este é um livro muito bom. Uma experiência nova e diferente, que vai agradar a muitos leitores!

Nota (0 a 10): 8

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

"As Mentiras de Locke Lamora", de Scott Lynch

Apesar de já ter lido este livro há um ano é com muito gosto que escrevo agora esta opinião sobre ele. "As Mentiras de Locke Lamora" é, talvez, o meu livro favorito. De todos os livros que tenho lido, é muito difícil escolher apenas um como favorito. Sendo fã de várias sagas, é sempre difícil não vê-las como favoritas em detrimento de um livro sozinho. Mas não foi dificil descobrir dentro de mim que este livro foi diferente.  

Porquê?

Porque é completamente e totalmente diferente de qualquer outro que eu já tenha lido! A história que se desenrola nas páginas mágicas de "As Mentiras de Locke Lamora" tem uma velocidade louca, estonteante e grandes momentos de ação. Momentos como nunca antes tinha lido. É por isso que gosto muito deste livro e digo que é o meu favorito. 

O Locke Lamora: 
Personagem principal do livro, Locke é um ladrão que assombra Camorr...que rouba a nobreza e que tem uma quadrilha muito especial. Locke é um ladrão muito engraçado e espertalhão que mente muito e muito e muito e arranja planos completamente loucos e perigosos para desenvolver os seus trabalhos, em conjunto com os seus companheiros. Só o Locke é meio livro. Só o que ele faz e diz vale mais do que muitas histórias que por aí andam. Ele é o "Espinho de Camorr", o famoso e desconhecido ladrão mais famoso de sempre!


Camorr:
A cidade onde Locke vive é um local que pode ser visto como uma espécie de Veneza do século XVI. Talvez, porque não tem muito a ver. Camorr é Camorr.  É "governada" pelo Capa Barsavi, um "mafioso" que vive no navio com os seus três filhos (dois rapazes e uma rapariga, amiga de Locke). Oficialmente, Camorr é governada pelo Duque de Camorr, que vive na sua imponente torre! A estrutura da cidade é completamente maravilhosa e as descrições são soberbas.

Os Cavalheiros Bastardos:
Assim se chama o bando de Locke. É composto por ele mesmo (o Garrista do bando (líder)), Jean Tannen, Calo e Galdo Sanza (gémeos), Bug, um novato, e Sabetha, uma rapariga misteriosa que não aparece fisicamente no livro e que é a amada do Locke.

Ao longo da história vamos sabendo aspetos passados que explicam a essência deste universo. Trechos sobre o passado de Camorr, sobre outros locais, sobre feiticeiros e outros aspetos são-nos apresentados ao longo da narrativa o que é muito interessante. 

A história não é apenas sobre aventuras deste bando. Não. É muito mais do que isso. No meio dos planos "normais" de Locke e das atividades dos Cavalheiros Bastardos, aparece uma misteriosa personagem que se intiula "Rei Cinzento" e que ameaça toda a cidade. O seu objetivo é conquistar Camorr e nada o pode impedir. Com a ajuda de um Feiticeiro. Muitos dos mais importantes criminosos da comunidade começam a aparecer mortos e tudo indica que é obra do Rei Cinzento. Este toma conhecimento da esperteza de Locke Lamora e vai utilizá-lo para conseguir alcançar os seus objetivos, através de magia e de outros meios. 

Um enredo muito bem intrincado, cheio de ação e momentos de cortar a respiração são apenas alguns dos ingredientes deste fantástico livro que merecer ser divulgado!
Este não é um livro stand-alone, mas sim o primeiro de uma possível saga. O segundo já está publicado, chama-se "Red Seas Under Red Skies" e ainda não está disponível em Português. Espero que esteja brevemente, porque o final é tão estonteante que e curiosidade merece ser saciada!

Quem ainda não leu ou não conhece, leia! Este livro é um dos melhores que por aí existem!

Nota (0 a 10): 10

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"O Cavalerio de Westeros & Outras Histórias", de George R.R. Martin

Como fã das Crónicas de Gelo e Fogo fiquei muito curiosa sobre este livro, especialmente por causa do conto "O Cavaleiro de Westeros".
Li-o com grande curiosidade e gostei, mas não posso dizer que tenha ficado a gostar muito do livro.

Não vou abordar os temas das histórias pois não são muito grandes e o que é interessante é descobrir livremente e sem grandes conhecimentos do que é que se trata, pois assim a emoção durante a leitura é maior! Vou sim fazer um apanhado geral do que gostei mais e do que gostei menos.

De todos os contos presentes na coletânea gostei de quatro: "As Solitárias Canções de Laren-Dorr", "O Cavaleiro de Westeros", "A Cidade de Pedra" e "Negócios de Peles".
"Uma Canção para Lya", "Flormordentes", "O Caminho de Cruz e Dragão", "Reis-de-areia", "O Homem em Forma de Pêra" e "Sob Cerco" não foram tão do meu agrado.
Sei que estão muito bem escritos, tudo muito bem desenvolvido, com emoção e tudo, mas não gostei lá muito. O de Lya, porque talvez não me ambientei bem na história e a única parte que gostei mesmo foi o final; gostei dos das flores, gostei, mas não foi dos que mais gostei (gostei da Morgan e do mistério que a envolve); o do Caminho porque não achei muita graça ao tema; o dos reis-de-areia porque estava à espera de algo mais assustador (destes que mencionei não gostar tanto foi o que gostei mais); o do homem porque foi demasiado bem escrito e cheio de pormenores e a história é um bocado "sórdida"; o do cerco, também achei interessante, como o dos reis-de-areia, mas não tanto.

Gostei muito do de Laren-Dorr, que se assemelha à Fantasia e tem um teor interessante e imaginativo, romântico. O de Westeros foi o que mais gostei, como é óbvio sendo eu fã das Crónicas. A Cidade de Pedra foi muito misteriosa e tem um final muito idílico, gostei muito da forma como Martin escreve os últimos parágrafos e a cena quase final, dento da Cidade de Pedra. O das peles foi muito bom, quase tão bom como o de Westeros! Não sei se até não foi melhor por causa de todo o enredo e de ser uma história "separada" que não faz parte de outra. Fez-me lembrar aqueles filmes bons do género de L.A Confidential, mas com lobisomens à mistura.

Recomendo o a todos os fãs de George Martin e a quem quiser ler histórias fantásticas e imaginativas!

Nota (0 a 10): 3

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

"A Rosa Rebelde", de Janet Paisley

O que poderei dizer deste livro? Numa só palavra, posso dizer que é simplesmente maravilhoso. Tem uma enorme força, que nos guia através das suas páginas e história. Excelente!

"A Rosa Rebelde" provém de um intenso estudo sobre as personagens e os acontecimentos presentes na obra. E desse estudo surgiu uma história de amor e guerra maravilhosamente bem escrito, bem desenvolvido e bem descrito. As descrições são soberbas: detalhes oportunos, nada maçadores, muito bem conseguidos. É possível imaginar as paisagens, as cenas descritas, as personagens e os sentimentos.

Este é um Romance Histórico muito bom. Nada "meloso" nem lamechas, cheio de ação e intriga. Dá-nos conhecimentos sobre a Escócia e sobre o que aconteceu naquele tempo. No inicio é nos apresentado um glossário de termos em gaélico, para nos ajudar a entende algumas expressões das personagens, bem como algumas notas da autora, para contextualizar as personagens e a época.

Nem sempre é fácil gostar muito de Romances Históricos, em especial porque muitas vezes deparo-me mais com livros onde abunda mais o romance do que o histórico, porém, tal não acontece neste livro. Este livro é, provavelmente o meu livro deste género favorito, pelo menos até agora.

O livro retrata a vida de Anne Farquharson, a Lady McIntosh, uma jovem mulher das Terras Altas. Anne foi uma guerreira, que reuniu o seu povo para lutar conta a União com a Inglaterra, nos anos de 1700 (nasceu em 1723, liderou/participou a rebelião aos 21/22 anos). As várias rebeliões da Escócia são mencionadas e relatadas através das personagens. E, com a chegada do príncipe Charles Edward Stuart, que ajudaria no combate aos ingleses, com a ajuda das tropas francesas, Anne sente que a vitória poderia ser real e a liberdade de novo conquistada. Dividida entre a lealdade ao marido, Aeneas McIntosh, ou a lealdade à rebelião, Anne decide seguir para a batalha, com o seu fiel amigo e amado Alexander MacGillivray, chefe de clã e um dos comandante das tropas dos Jacobitas.
Dividida, Anne tem de optar por muitas coisas e fazer muitas escolhas, sabendo que muitos dependem do que decidir.

Muitos outros acontecimentos preenchem a história, e muitos desses acontecimentos são o que, para mim, mais significado deu à história, pois contribuíram imensamente para dar mais sentimento à história. Existem cenas ao longo da obra que são deveras cheias de sentimento e emoção.

Um livro muito bom, com detalhes históricos que são muito interessantes (onde a cultura escocesa é nos mostrada), com personagens muito bem desenvolvidas e descritas.

Um ambiente muito bem descrito, cheio de detalhes e História.
Recomendo a todos os que gostam deste género de livros, e a todos em geral! Um Romance Histórico muito bonito e bem desenvolvido, bem escrito!

Nota (0 a 10): 10

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

"As Aventuras Extraordinárias de Gordon Pym", Edgar Allan Poe


O primeiro livro de Edgar Allan Poe que eu leio!
E para primeiro aqui está um que já ficou nos meus favoritos. Este livro é extremamente interessante, com um final surpreendente e nada, nada, esperado...completamente "surreal".

Este livro conta as aventuras de Gordon Pym, um jovem rapaz. O livro é contado por Pym, posteriormente à aventura que viveu no mar. Ou seja, a aventura começou no ano de 1827 e o relato é feito em 1838.

Neste relato, Pym conta como começou as suas aventuras. Fala da amizade entre ele e um rapaz dois anos mais velho, Augustus, filho de um capitão de baleeiro, que já tinha feito uma viagem com o pai, no barco, pelo Pacifico Sul. Pym depressa começa a acalentar a esperança de ir, um dia, para o mar e fazer uma grande e extraordinária viagem. Certo dia, Augustus informa-o de que vai com o pai (e a equipagem) para o mar e convida Pym. No entanto a família de Pym não o deixa ir.
Mas como o desejo de Pym era enorme, Augustus e ele decidem traçar um plano e Pym embarca no navio, escondido no porão, dentro de uma caixa com grades e um espaço para ele se deitar.
O plano é, depois de estarem em alto mar, fora da vista de terra, Augustus manda Pym sair do esconderijo e apresentar-se ao pai de Augustus e a toda a tripulação. Desta forma, fora do alcance da terra, todos têm de se conformar com Pym a bordo. E a família de Pym, estaria descansada, a pensar que ele estava na casa de um familiar (Augustus forjara uma carta desse parente).

 
Ilustração do livro Arthur Gordon Pym: A Romance By Edgar Allan Poe, published by Downey & co., 1898

Mas o tempo começa a passar e Augustus não desce ao porão...a água desaparece, a comida também. Pym fica doente e começa a pensar que o amigo o abandonou. Tempos depois, recebe a visita de Tigre, o seu cão de estimação (que Augustus tinha levado para o barco). Atado ao cão está um papel escrito a vermelho, que avisa Pym para algo de errado a bordo. E Pym continua no seu esconderijo...cada vez pior. Até ao dia em que Augustos finalmente aparece e lhe conta que o barco foi alvo de um motim.
Muitas outras aventuras acontecem e o relato prossegue, cheio de detalhes e aventuras. Pym, Augustus e Peters (um homem meio louco, ou não) decidem tomar o barco de novo. E conseguem, fazendo um refém, Richard Parker. No entanto, uma enorme tempestade abate-se sobre o barco e vêm-se à deriva, num barco desfeito. Assim ficam durante muitos e muitos dias...

Mas a viagem não termina. E muitas aventuras esperam por Pym no Polo Sul. Numa época em que o Polo Sul era um mistério, numa época em que a teria Hollow Earth fazia parte da realidade das pessoas, muitos eram os mistérios que acompanhavam a mente dos navegadores.
Até ao centro do Polo Sul, assim quer Arthur Gordon Pym.

E assim é este livro. Uma escrita muito descritiva, mas muito interessante e cheia de factos importantes e curiosidades que não faz mal nenhum saber, antes pelo contrário. Um livro com História real no seu conteúdo. Uma história extraordinária, cheia de aventuras e de acontecimentos misteriosos.

E com um final...simplesmente bem conseguido, para suspense total.
Recomendo a todos!

Nota (0 a 10): 10