Sinopse:
Tudo começa quando uma carta, perdida há mais de meio século, chega finalmente ao seu destino...
Evacuada de Londres, no início da II Guerra Mundial, a jovem Meredith Burchill é acolhida pela família Blythe no majestoso Castelo de Milderhurst. Aí, descobre o prazer dos livros e da fantasia, mas também os seus perigos.
Evacuada de Londres, no início da II Guerra Mundial, a jovem Meredith Burchill é acolhida pela família Blythe no majestoso Castelo de Milderhurst. Aí, descobre o prazer dos livros e da fantasia, mas também os seus perigos.
Cinquenta anos depois, Edie procura decifrar os enigmas que envolvem a juventude da sua mãe e a sua relação com as excêntricas irmãs Blythe, que permaneceram no castelo desde então. Há muito isoladas do mundo, elas sofrem as consequências de terríveis acontecimentos que modificaram os seus destinos para sempre. No interior do decadente castelo, Edie começa a deslindar o passado de Meredith. Mas há outros segredos escondidos nas paredes do edifício. A verdade do que realmente aconteceu nas horas distantes do Castelo de Milderhurst irá por fim ser revelada... (in Goodreads)
Opinião:
Tinha bastante curiosidade em ler os livros desta autora. Primeiro, porque as suas sinopses sempre me despertaram a atenção; segundo, pelas suas fantásticas opiniões no Goodreads. E foi uma agradável descoberta, que só não foi uma surpresa porque esperava uma boa história, sendo isso mesmo o que aconteceu. Esta história prendeu-me logo nas primeiras páginas, criando um imaginário muito forte e deixando-me sempre em suspense, sempre a querer ler mais e a desvendar o mistério por detrás de tanta história.
O livro, tal como refere na sinopse, conta a história de uma jovem editora, que, depois de ver a sua mãe receber uma carta misteriosa que tinha sido perdida no período da Segunda Guerra, fica completamente curiosa sobre de onde veio a carta (do castelo de Milderhurst) e sobre todo esse mistério. Mistério esse que reside na vida, mais especialmente num determinado acontecimento numa noite de tempestade em outubro de 1941, em que tudo se alterou no castelo de Milderhurst, sendo que as três irmãs nunca mais foram as mesmas. Sempre com momentos de grande intriga, mistério, romance e drama, a autora conseguiu criar um excelente romance com toques de mistério muitíssimo bem escrito e contado, uma vez que é narrado com extrema mestria.
O enredo é fortíssimo, cheio de momentos de grande tensão e emoção, que me deixaram presa à leitura. Senti constantemente um grande apelo por saber mais, desvendar o segredo por detrás do castelo, por detrás das irmã ...e isso é revelador da força do enredo e do seu mistério. Não é um enredo previsível, sem sombra de dúvida, antes pelo contrário, e isso é fundamental numa história deste género. Tem todos os ingredientes que uma boa história deve ter e em doses bem repartidas.
As descrições também são fantásticas e muito bem elaboradas, sem serem maçadoras. É possível sentir, ver e estar com as personagens ao longo da narrativa por causa das descrições pujantes e cheias de vida. Mesmo descrições de momentos sem corpo, como "ser chamado do meio do livro" (quando se está a ler e se é chamado), estão tão perfeitas que servem para definir esses momentos que por si mesmos não têm definição. É como se estivesse lá, se estivesse com as personagens...como se se fizesse parte do castelo e daquela história. São, de facto, descrições de grande intensidade, força e beleza. Muito assertivas e esplêndidas.
Em relação às personagens, posso afirmar que são todas excelentes. Gostei imenso de Edith, que é a narradora e jovem editora. Sempre cheia de genica e muito curiosa, consegue ser a narradora perfeita para a história, porque está sempre à procura de respostas para os mistérios do castelo. Também gostei dos familiares de Edith, todos muito diferentes e com histórias bem fortes. E claro, também gostei das irmãs Blythe: Seraphina, Percy e Juniper, que cada uma é tão diferente da outra como o dia da noite e o sol da lua e todas têm tudo em comum e uma história tão arrepiante. Gostei de todas, cada qual à sua maneira. E também gostei muito de Tom Cavill, o eterno visitante e noivo de Juniper.
Ao longo da leitura fui pondo várias hipóteses para a resolução dos mistérios, mas confesso que não descobri totalmente e fiquei bastante por me ter surpreendido nas minhas conjeturas, porque é sinal de que a autora conseguiu encontrar uma explicação bastante inteligente e interessante, conseguindo criar um todo global muito bem conseguido, juntando todas as peças e toda a história numa grande cúpula cheia de do passado, presente e futuro de todas as personagens. Todos os acontecimentos tiveram um propósito e uma ligação e isso está muito bem elaborado ao longo da história.
Não tenho nenhum ponto negativo a apontar. Talvez haja quem ache a narrativa um bocadinho lenta de início, mas eu não achei, uma vez que achei isso parte integrante do mistério.
Em suma, aqui está uma autora que espero acompanhar e que recomendo sem reservas. Excelente!
NOTA (0 a 10): 10