quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Leonor de Aquitânia - A Rainha do Verão, de Elizabeth Chadwick

Sinopse:

Jovem, bonita e privilegiada, Leonor tinha tudo para viver um futuro brilhante como herdeira da próspera Aquitânia. Quando o seu pai, Guilherme, Duque de Aquitânia, morre subitamente no verão de 1137, Leonor tem de abandonar a sua infância e assumir-se como duquesa.

Enviada para Paris e forçada a casar com o príncipe herdeiro Luís VII, Lenor pouco ou nada se tinha ainda adaptado à sua nova vida quando o rei morre e ela se torna Rainha de França.

Com apenas 13 anos, tem de deixar tudo para trás e aprender a viver na bruma complexa da Corte e do Clero. Depois de se confrontar com os mais diversos desejos, intrigas e ambições, Leonor apercebe-se de que poderá controlar o futuro se souber escolher o momento certo para agir. 

Com Leonor de Aquitânia. A Rainha do Verão, Elizabeth Chadwick dá início a uma trilogia sobre Leonor de Aquitânia, onde nos deslumbramos com a sua história, triunfos e tragédias, e nos deixaremos levar numa fascinante viagem ao alvor da Idade Média. (in Topseller)


Opinião:

Não é o primeiro livro que leio sobre Leonor de Aquitânia, mas é sempre com grande gosto que viajo pela sua história. 

Leonor foi, sem dúvida, uma rainha extraordinária e diferente das rainhas da altura: muito mais avançada, interessante e visionária. E isso faz com que goste bastante de ler sobre a sua história. 

Este livro está maravilhoso. Gostei muito da forma como a autora contextualizou toda a época, desde as personagens, passando pelo espaço, e indo principalmente aos costumes e tradições. 

Em relação às personagens, gostei muito de Leonor, como seria de esperar. Uma menina nascida para ser duquesa de Aquitânia que se aos 13 anos prometida ao rei de França, D. Luís, que toda a vida tinha estudado para servir a Igreja. Depois de um casamento magnifico e de muito lhe ser prometido, Leonor, à medida que cresce, vai amadurecendo e percebendo toda a trama que a rodeia, vendo-se obrigada a jogar com tudo o que tem. Num mundo de homens, ser mulher não é fácil, pois mesmo com todo o poder que tem, outras coisas se elevam e os homens tentam-se aproveitar do facto de ela ser mulher e de ter uma grande riqueza. O modo como ela faz frente a tudo isso é um hino à bravura feminina, à coragem e à paixão pelo respeito e pela honra. 

Também gostei das outras personagens, uma vez que estão todas muito bem trabalhadas e criadas. D. Luís mostrou-se, mais uma vez, num homem mesquinho e frio, que poderia ter sido diferente se não fosse tão reprimido e subjugado por personalidades mais fortes. Mas foi D. Henrique que muito me agradou. Jovem, honrado e corajoso...o par ideal para Leonor. 

Todas as personagens estão excelentes e povoam brilhantemente esta história, cujo contexto está maravilhoso. Detalhe histórico, detalhe visual. Tanto os acontecimentos históricos estão bem fundamentados, trabalhados e recriados, como todos os pormenores visuais da época estão ótimos. Vestidos lindos, paisagens belas, espaços bem descritos, com o rigor da época sempre presente e sempre bem contextualizado. As questões morais, religiosas e tradicionais estão sempre lá, muito bem assentes e enraizadas, criando ainda mais realidade e veracidade, uma vez que estamos em plena Idade Média. 

Já li outro livro da autora e não estava à espera de menos, uma vez que é das melhores escritoras sobre a História Medieval. Rigor, detalhe e fundamentação. Três pontos chave e todos com nota máxima. 

A história em si, o enredo, está muito bem concretizado. A autora criou a história de modo a parecer uma jornada e isso está excelente. Desde pequena até à faixa etária dos 20 anos (para lá dos 20), a história de Leonor é aqui contada de uma maneira fluída, mágica, cheia de romance, ação e intriga. Leonor tem muitas escolhas a fazer, muitos perigos para enfrentar e muitas batalhas em vários campos para ganhar. A história está bem recheada de aventuras, romance e muita emoção. 

Todos os leitores vão gostar deste livro e vão querer continuar a ler esta história, que já está à venda. A Coroa do Inverno já está nas lojas e vou querer ler brevemente, pois fiquei imensamente curiosa para saber mais sobre Leonor e sobre o que aconteceu depois deste primeiro volume. Recomendo totalmente, a todos os leitores que gostam de histórias fortes, ricas e bem narradas. E, ainda, de referir o excelente trabalho gráfico a nível da capa e exterior, como do interior, que está muito belo.

NOTA (0 a 10): 10 

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Os Venenos da Coroa, de Maurice Druon

Sinopse: 

Apenas alguns meses depois da morte de Filipe, o Belo, os conflitos, as intrigas, os ódios e a luta pelo poder ameaçam submergir a França numa instabilidade devastadora. O legado de 3 décadas de eficácia administrativa, económica e política escapou-se como água por entre as mãos de Luís X, que permitiu que a confrontação entre ministros burgueses e nobres conservadores se saldasse pela perda do domínio das províncias. 

Estava-se no verão de 1315. De acordo com o cognome por que é conhecido na corte, Luís, o Teimoso, começou a regência com a obsessão de se livrar da mulher, Margarida de Borgonha, e de sentar a seu lado uma nova rainha. Com Margarida assassinada e a bela princesa Clemência, da casa de Anjou-Sicília a caminho, vinda de Nápoles, para se tornar rainha de França, Luís X parece preparado para assumir a responsabilidade pelo seu reinado. 

No entanto, num alarde de grandeza, próprio de quem tem o poder, mas não a capacidade de o conservar, o rei envolve-se numa guerra absurda contra o conde da Flandres, enquanto o seu povo morre de fome. 

No Mediterrâneo, as tormentas mergulham os pensamentos da futura rainha Clemência nos mais negros presságios. O veneno volta a correr nas veias de França, e nada parece poder evitar que venha a ameaçar a Coroa.

Descubra Os Venenos da Coroa, o segundo volume da saga de Os Reis Malditos que inspirou os livros de George R. R. Martin, autor de A Guerra dos Tronos. (in Marcador Editora)



Opinião: 

Li, no ano passado, O Rei de Ferro e a Rainha Estrangulada, e gostei muito. Um excelente romance histórico, muito bem narrado e muito bem contextualizado. Então, foi com grande interesse que comecei a ler o segundo. 

Com o povo num estado lastimoso e o reino num estado também estranho, tudo está em aberto para o segundo livro. O Rei Luís está novamente muito bem, cheio de pose e grandeza, mas com muito pela frente.

A história pega muito bem nos acontecimentos anteriores e segue o mesmo caminho: ação, mistério, intriga e romance. Mas mesmo muita intriga. Diria até que a intriga é o maior fator deste livro. Tudo é feito e apresentado no meio de intrigas, no meio de mistérios e duplas intenções, e nada é o que parece. 

Gostei muito da forma como os acontecimentos progrediram e de como foram encaminhados. O autor construiu tudo muito bem, criando personagens reais únicas e perfeitas, muito complexas e de grande personalidade. Criou uma intriga excepcional e muito elaborada, com detalhes históricos muito interessantes e importantes. Conseguiu construir um enredo grandioso e ambicioso, muito bem narrado e muito bem tecido. É, de facto, um dos melhores romances históricos que já li! 

Em relação às personagens, gostei muito de todas. Luís é, de facto, digno do seu cognome: o Teimoso e a rainha Clemência também tem a sua magia. Menores ou maiores, todas as personagens têm o seu papel na história, e todas têm algo a acrescentar ao enredo. 

Com uma escrita muito fluída e capítulos breves, este livro lê-se num ápice. É como que devorado e o leitor acaba por ficar a querer mais e mais. É um livro pequeno, com uma história grande e rica, tanto em detalhes, como no enredo, como nas personagens e na própria escrita. 

Mais um belo romance histórico que nos ensina algo sobre História e que nos deixa ver um pouco como eram verdadeiramente os reinos, os reis, as cortes e tudo o que girava à sua volta. Um mundo de traições e intrigas, sem nada de cor de rosa ou amoroso. Uma leitura maravilhosa! 

Recomendo vivamente a todos os amantes de bons romances históricos e a todos os fãs de histórias com carácter. Os meus parabéns à Marcador pela aposta no autor e espero ler o terceiro brevemente! 

NOTA (0 a 10): 10

sábado, 12 de novembro de 2016

Rei dos Espinhos, de Mark Lawrence

Sinopse: 

O Príncipe Jorg Ancrath jurou vingar a morte da mãe e do irmão, brutalmente assassinados quando ele tinha apenas 9 anos. Jorg cresce na ânsia de saciar o seu desejo de vingança e de poder, e, ao fim de quatro anos, cumpre a promessa que fez - mata o assassino, o Conde de Renar, e toma-lhe o trono. Aos 18 anos, Jorg luta agora por manter o seu reino, e preparar-se para enfrentar o inimigo poderoso que avança em direção ao seu castelo.

Jorg sempre conquistou os seus objetivos matando, mutilando e destruindo sem hesitar, e agora não pretende vencer a batalha de forma justa, mas sim recorrendo aos mais terríveis segredos.

Será que o anti-herói mais maquiavélico de sempre vai conseguir reunir os recursos e as forças necessárias para enfrentar uma batalha que parece invencível? (in Goodreads)



Opinião:

Este é sem dúvida um dos melhores livros que li este ano. Simplesmente fantástico. 

Há muito tempo que esperava por ler estes livros e foi com grande entusiasmo que comecei o primeiro. Gostei muito, é muito bom, mas confesso que lá no fundo eu esperava mais. Esperava que mexê-se mais comigo, que me transtornasse ou que me emocionasse muito. Foi muito bom, bem escrito, boas personagens, tudo bom, mas faltou alguma coisa, pouquinha, mas faltou. 

Mas este livro...oh, este livro é o melhor segundo livro de uma trilogia/saga que já tenha lido. O livro é fenomenal, é fantástico e está soberbamente bem contado. Há um desenvolvimento imenso, tanto a nível das personagens, como da própria história e, mais importante ainda, do contexto da história. Fiquei fascinada com o contexto. No primeiro livro já está tudo lá, a Terra. Mas não há muito que refira o passado, nada que faça prever a forma fantástica como o autor estava a planear tratar a história do nosso mundo.

A forma como o autor se apoderou do nosso mundo e o transformou está excelente, muito bem pensado e bastante original! Não foi inventar um mundo novo, nada. Foi fazer algo mais brilhante do que construir um mundo de raiz. Claro que construir um mundo de raiz e criá-lo, dar-lhe tudo o que é necessário para o elaborar e tornar real é um feito esplêndido e único, mas num mundo literário onde cada vez aparecem mais mundos imaginados, pegar na nossa História, no nosso mundo, e transformá-lo está muito original. E o mistério à volta do que aconteceu na Terra roí-nos à medida que lemos. A história passa-se num futuro distante, onde tudo voltou a uma espécie de Idade Média, em que ainda existem alguns edifícios "modernos" e objetos de outros tempos, como relógios e outras máquinas...e até globos de neve! Os objetos mais normais de hoje, são autênticas relíquias nesse futuro elaborado pelo autor. E a vontade de saber mais sobre o que aconteceu para a Terra voltar aos tempos medievais depois de um mundo tecnológico de ponta é enorme. Estou mesmo muito curiosa para ler o terceiro volume, para saber mais sobre estes aspetos e para saber mais sobre Jorg. 

Jorg. Depois do final estrondoso do primeiro livro, onde ele ascende a rei depois de dizimar populações inteiras e o seu tio, Jorg vê-se a mãos com um desafio: reinar e fazer do seu reino algo prospero e poderoso. Claro que ele não quer ficar por ali e o seu objetivo é ganhar a Guerra dos Cem (todos os reinos querem que o seu rei seja o Imperador) e tornar-se Imperador. Quatro anos depois dos acontecimentos passados no primeiro livro, Jorg está numa situação muito delicada, com o seu castelo a ser sitiado pelo Príncipe da Flecha, aquele que todas as profecias dizem ser o futuro Imperador. E vê-se também na iminência de se casar com uma jovem de 12 anos, Miana, sua prometida. 

Tendo em conta a situação delicada em que se encontra, Jorg começa a história por narrar as suas aventuras no presente, indo depois ao passado, quatro anos antes, para explicar ao leitor tudo o que está para trás daqueles acontecimentos presentes...o porquê de estar a ser atacado, o porquê de estar para se casar e o porquê de muitas outras coisas que lhe aconteceram naquele espaço de tempo, coisas essas que ficaram presas dentro de uma caixa mágica que que está à espera de ser aberta, mas que não o deverá ser. 

É impossível contar mais pormenores da história sem referir spoilers, por isso vou ficar sossegada quanto aos acontecimentos da narrativa, mas é difícil! A história é tão boa!!! 

Pois bem...as personagens estão muito melhores neste livro. Jorg está muito melhor. Mais maduro, mais sóbrio, mais adulto. Não está sempre a pensar em matar e em planos mirabolantes, mas os planos que traça são muito mais inteligentes, complexos e brilhantes. Vê-se que houve um grande crescimento a nível psicológico e isso reflete-se na própria forma de narrar a história. Há mais amor, mais remorso e mais melancolia na forma como Jorg vai narrando as suas aventuras e os seus planos. Há uma busca desenfreada pelo amor que perdeu em criança, pelo amor da sua mãe e do seu irmão, também pelo amor que queria ter tido do seu pai, e também da sua amada. Jorg não se apresenta tão cruel, mas sim com uma revolta latente, criada pela falta de amor e pelo ódio em que cresceu. Gostei da forma como ele procurou a sua história e a sua família e como tentou agarrar algo que lhe faltava, algo por que sempre ansiou...o amor. 

Também as outras personagens estão mais complexas. Os Irmãos do Bando estão mais complexos, com histórias mais complexas e definidas. As novas personagens também são muito interessantes. Miana é excelente. Inteligente, engraçada e perspicaz. O Príncipe da Flecha também tem o seu interesse e todas as personagens familiares de Jorg que aparecem neste livro mostram um outro lado de Jorg muito mais belo do que aquele que se conheceu no primeiro livro. E Katherine, que também aparece para criar emoções fortes. No fundo, todas as personagens estão excelentes. 

As descrições estão muito mais elaboradas, criando um efeito visual muito forte e bom. A escrita continua fluída, criando uma leitura rápida e frenética. Jorg tem uma forma única de narrar a história, uma forma que dá todo um lado com humor a uma história que não tem muito de divertido. Mas Jorg sabe dar a sua pincelada de humor, à sua maneira. 

Como referi anteriormente, o contexto e toda a história por detrás da enredo está muito mais complexo e bem elaborado do que no primeiro livro e isso torna o livro muito mais rico e muito mais poderoso. Dá-lhe corpo e força e o mistério do que é que aconteceu à Terra é prefeito. Aqueles momentos com o holograma...lindo. 

Ora, o que há mais para referir? Apenas que espero ler o terceiro em breve. Espero que esteja ainda melhor, apesar de ser difícil, pois este está maravilhoso. Emoção, ação, amor, ódio, redenção, batalhas terríveis e muito bem descritas, planos mirabolantes e reviravoltas únicas e estonteantes são os ingredientes deste livro que eu recomendo a todos os leitores de Fantasia, a todos os que gostam de histórias fortes, com garra e a todos aqueles que gostam de uma história única e que fica com o leitor para sempre. É uma história que nos agarra e que nos consome. Recomendo vivamente! 

NOTA (0 a 10): 10 

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Britannia, de Simon Scarrow

Sinopse:

Britânia romana, 52 d.C.. As tribos ocidentais preparam-se para firmar uma posição, mas conseguirão elas igualar a disciplina e coragem dos legionários?

O centurião Macro, ferido em combate, é deixado para trás como responsável por um forte, enquanto o Perfeito Cato lidera uma invasão nas montanhas. A missão de Cato: esmagar o baluarte dos druidas e assim cimentar o triunfo de Roma. Mas com a chegada do inverno, o terreno torna-se impossível de atravessar co ma chuva e as tempestades de neve.

E quando as patrulhas de Macro relatam que os nativos próximos do forte são pequenos em número, uma suspeita terrível apodera-se da mente do soldado. Terá o Governador no poder, o Legado Quintato, subestimado o inimigo? Um plano sofisticado e letal poderá já estar em marcha pelos nativos e serão Cato e os seus homens a pagar um preço elevado...

Conseguirão os nossos heróis enfrentar a astúcia de um inimigo que tudo fará para não se vergar perante o poderio de Roma? (in Edições Saída de Emergência)


Opinião:

Este é o primeiro livro que leio de Simon Scarrow e depois de o ler fiquei encantada. Vou querer ler todos os livros anteriores, uma vez que este é o décimo quarto de uma belíssima saga. Sei que devia ter começado pelo primeiro, mas li este com imenso gosto e muito agrado. 

A história, as personagens, o contexto, as descrições, a ação...tudo é esplêndido. É romance histórico ao mais alto nível, como a Saída de Emergência já nos tem vindo a habituar. 

Gostei muito das personagens. Macro e Cato são excelentes personagens. Fortes, complexas, têm todos os adjetivos que deveriam ter para criar um contexto romano perfeito. Sempre imersas em ações e decisões importantes, tudo depende deles. Também as outras personagens são ricas e interessantes, mas Macro e Cato são únicos. 

O contexto histórico está excelente. As descrições estão muito bem elaboradas, precisas e sempre decisivas, criando o ambiente ideal e fiel. Todo o contexto histórico e político está muito bem trabalhado. As questões romanas e bretãs estão presentes, as lealdades, os acontecimentos, as questões políticas e sociais da época estão muito bem trabalhadas e apresentadas ao leitor, criando um contexto fiel e único. Sente-se a paixão do autor por esta época em cada página!

Toda a intriga está muito bem elaborada. O enredo é complexo, rico e denso. Há muito para nos fazer pensar e muito para nos intrigar. Gostei muito da forma como o autor mexeu na história e nas personagens, criando momentos únicos e muito bem conseguidos. 

Quanto à linguagem, está é cuidada, pertinente e fluída, dando ao leitor momentos de grande emoção e de muito prazer. A ação também está excelente, uma vez que a intriga está muito bem elaborada...todos os detalhes foram pensados ao pormenor. A intriga é complexa, inteligente e criativa. O autor é ambicioso e isso é excelente. 

Senti a falta da leitura dos volumes anteriores, uma vez que o contexto é riquíssimo, as personagens são complexas e brilhantes. No entanto foi com grande prazer que desbravei este volume. É daqueles livros que não só nos transporta para um ambiente único, interessante e real, como nos ensina algo. O romance histórico, quando é bem escrito, bem elaborada, com pesquisa cuidada e bem contextualizado, torna-se num excelente meio de aprendizagem e conhecimento. Cada vez que leio um bom romance histórico aprendo alguma coisa (ou muita coisa!). Aconteceu isso e fiquei muito satisfeita. 

Ler por entretimento e prazer é excelente. Quando se pode acrescentar a aprendizagem, principalmente de temas que me agradam e me fascinam, então é uma experiência única e maravilhosa. Por isso recomendo vivamente a leitura desta saga. Todos os leitores irão gostar! 

NOTA (0 a 10): 10

Brandon Sanderson em Lisboa, a 7 de novembro

Dia 7 de novembro, pelas 19h30, o famoso autor da saga Mistborn - Nascida nas Brumas e de outras fantásticas histórias, vai estar em Lisboa, na Fnac Colombo. Será uma excelente oportunidade para os fãs conhecerem o autor e poderem ter os seus livros autografados. Será um momento único que não podem perder! Apareçam!!! 

Está também a decorrer um passatempo no Facebook da editora Saída de Emergência. O passatempo consiste em publicar uma foto com um ou mais livros do autor, na caixa de comentários do post no Facebook. O autor/a da foto mais criativa terá a possibilidade de conhecer pessoalmente o autor no dia 8 de novembro. Só será aceite uma participação por pessoa e é até dia 3 deste mês. Só serão aceites fotografias com as edições portuguesas. Participem e divirtam-se!!!




Aniquilação, de Jeff Vandermeer

Sinopse:

Vencedor dos Prémios Nébula e Shirley Jackson de Melhor Romance de 2014

Área X. Uma zona misteriosa e isolada do resto do mundo. Onde a natureza reclamou para si qualquer vestígio de civilização. Sucessivas expedições são enviadas para investigar o mistério que levou à sua contaminação, mas todas redundam em fracasso e os seus membros regressam meras sombras das pessoas que partiram. 

Até que chega a vez da 12ª expedição. Composta por quatro mulheres (antropóloga, topógrafa, psicóloga e bióloga), a sua missão é desvendar o enigma. Mas acontecimentos bizarros e formas de vida que ultrapassam o entendimento minam a confiança entre os membros da expedição. Nada é o que parece e o perigo espreita a cada esquina. Que novos horrores se escondem na Área X? Será a 12ª expedição capaz de revelar todos os segredos...ou estará condenada à pior das tragédias? (in Edições Saída de Emergência)


Opinião:

Este é o primeiro livro da trilogia. Assim que saiu por cá que fiquei logo de olho nele e foi com grande entusiasmo que comecei a sua leitura. É daqueles livros que não sabia muito bem o que esperar; sentia um misto de curiosidade e mistério; e quando comecei a ler fiquei bastante entusiasmada. Fiquei porque o livro tem um começo muito misterioso, denso e aterrorizador, em parte, devido ao ritmo frenético do início (que acompanha toda a história) e também devido à linguagem e ao contexto, que agarra logo o leitor.

A história é bastante misteriosa. As personagens não têm nome, tem um passado dúbio e todas as suas ações são duvidosas, pois nunca se sabe muito bem os seus motivos. A narradora é bastante inteligente e interessante, com um passado complexo e estranho. O clima de tensão que envolve as personagens ao chegarem à Área X é bastante desconfortável e intenso, o que causa vários acontecimentos de tirar o folgo. 

Existe muita ação, muito mistério, um clima de terror muito bem preparado e muito bem pensado, uma vez que não é nada previsível, sendo tudo um mistério por resolver. Toda a história está envolta em mistério, todas as personagens e toda a Área X. Os porquês são muitos, tudo é um enigma, tudo pode ser tudo. Não há respostas prontas e o leitor fica sempre a querer mais: mais explicações, mais detalhes. Houve algumas partes que a história fez-me lembrar o filme Alien - O Oitavo Passageiro, devido à personagem do filme e do livro, bem como por causo do clima de mistério e terror pulsante ao longo de ambas as histórias. Também me fez lembrar os contos de Lovecraft, também pelo mesmo motivo: o terror latente, à espreita, sem se mostrar e sem se ficar a saber o que é que de facto está a aterrorizar, ficando apenas a sensação, forte porém. 

Gostei muito do livro. Gostei das personagens, em especial da bióloga, que é a narradora. Gostei da forma como o contexto é abordado, gostei do clima de suspense, misturado com ficção científica. A linguagem está excelente, o ritmo é perfeito, alucinante e muitíssimo rápido. O livro lê-se num ápice, é simplesmente devorado. A premissa da missão está muito bem elaborada: descobrir o que aconteceu na Área X. Está bem elaborada porque há um mistério grande e convincente, que faz o leitor querer saber mais e mais...querer estar lá a explorar também. 

Nunca tinha lido nada igual e fiquei completamente fascinada. Não posso referir muito mais porque este é o típico livro em que apenas um spoiler já vai influenciar toda a leitura. Quero que os leitores descubram e tenham uma experiência fantástica e única ao ler esta narrativa. 

Recomendo vivamente a todos os leitores e parabéns à Saída de Emergência pela aposta nesta trilogia.

NOTA (0 a 10): 8